O
Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério
Público do Estado do Maranhão deflagrou, na manhã desta terça-feira, 25, a
Operação Tântalo, em cumprimento a 40 mandados de busca e apreensão expedidos
pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, com
decisão da desembargadora Maria da Graça Peres Soares Amorim.
Conforme procedimento
investigatório instaurado no Gaeco, há indícios de ilegalidades na contratação
das empresas Posto Turi Ltda, AB Ferreira Ltda, WS Canindé Eireli, SP Freitas
Júnior Ltda (Construtora Inovar) e Luminer Serviços Ltda, pelo Município de Turilândia.
Os
mandados foram cumpridos em alvos localizados nos municípios de Turilandia,
Santa Helena, Pinheiro, São Luís, Governador Nunes Freire, Carutapera
e Luís Domingues.
Foi autorizado o bloqueio
do valor de R$ 33.979.768,02 nas contas bancárias de todos os investigados,
correspondente ao levantamento parcial do dano causado ao erário.
A
operação contou com o apoio dos promotores de justiça integrantes do Gaeco dos
núcleos de São Luís, Timon e Imperatriz, das Polícias Civil e Militar do Estado
do Maranhão e, ainda, promotores de justiça da Assessoria Especial de
Investigação do procurador-geral de justiça e das comarcas de Santa Helena,
Açailândia, Lago da Pedra, Santa Inês, Anajatuba, Viana, Colinas e São Luís. A
Coordenadoria de Assuntos Estratégicos e Inteligência do MPMA (Caei) também
auxiliou nos trabalhos.
Os documentos e
equipamentos eletrônicos apreendidos serão analisados pelo Gaeco e pelo
Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), para compor o
conjunto probatório necessário para subsidiar o oferecimento da acusação contra
os investigados.
OPERAÇÃO TÂNTALO
A Operação Tântalo recebe
seu nome da figura mitológica grega Tântalo, um rei condenado a sofrer uma
punição eterna no submundo. Segundo o mito, ele foi sentenciado a permanecer em
um lago de águas cristalinas, com ramos de frutas sobre sua cabeça. No entanto,
sempre que tentava beber a água ou alcançar os frutos, eles se afastavam,
tornando impossível saciar sua sede ou fome.
Essa metáfora reflete com
precisão o esquema criminoso investigado: recursos públicos foram destinados a
contratos que deveriam garantir bens e serviços essenciais, como fardamento,
materiais de limpeza, obras e combustíveis, mas esses recursos nunca chegavam
ao seu verdadeiro destino. Assim como Tântalo via a água e os frutos, mas nunca
podia tocá-los, a população enxerga o dinheiro sendo gasto, mas não vê os
benefícios reais desses contratos.
Com a Operação Tântalo, a
investigação busca romper esse ciclo de corrupção, responsabilizar os
envolvidos e garantir que os recursos públicos cumpram seu verdadeiro
propósito: atender às necessidades da sociedade.
Fonte: Ministério Público do Estado do Maranhão
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